sábado, 28 de julho de 2012

Sobre nossa doença social e discriminatória

A inclusão digital chegou até o topo do morro. Agora todo mundo tem Facebook, Orkut, Msn, Twitter e qualquer uma outra rede social que apareça e permita colocar fotos, gifs animados e status de vivências cotidianas. Quando penso que a inclusão digital caminha junto com a social, acredito que há uma importância em participar de uma rede "social", já tá no nome, ela te inclui dentro de uma sociedade, e tudo o que você faz na sociedade é refletido ali dentro. O único problema que particularmente vejo, é que na prática, não é  bem assim. O que mais vejo, nessa onda de inclusão digital e social, onde computadores estão disponíveis para todos com parcelas baratas e a internet é adquirida com maior facilidade, são membros de redes sociais atacando verozmente, aqueles que não tinham contato com o mundo virtual no passado recente. Vejo piadas, fotos e correções sociais entre os cults e conhecedores de cinema europeu. Pessoas que reclamam das fotos da galera na piscina de plástico, do pagode que rola na COHAB, mas que dizem que a igualdade social devia ser para todos, que não querem metrô em Higienópolis, mas acham que em Paris é o máximo ver o metrô cortando a cidade toda, ainda que cheio de ratos, que acreditam que a Virada Cultural é uma baderna e que suja o centro, mas que deveríamos ter mais festivais de música, como na Europa.
Ridicularizam os pobres, fazem páginas onde, se compartilham e riem do que talvez pudesse ser resolvido. Criticam a inclusão digital, pois afinal, é muito mais fácil rir e se fechar, ao invés de buscar uma solução para acabar com os problemas sociais. É tudo muito mais fácil quando você é o inteligente e pode simplesmente se fechar em fotos de rolês no Starbucks, após o cinema no Center 3. Exigir de alguém que não publique coisas de sua vida, simplesmente porque não te agrada saber que existem pessoas que fazem churrasco na laje, escutam pagode na feijoada do sábado e gostam de BBB, é no mínimo discriminatório, levando em consideração que cada um posta o que quer de sua própria vida pessoal e que sim, existem pessoas que vivem daquela maneira, mesmo que queiram fechar os olhos para isso.

E se não te agradar mesmo, siga meu conselho, se mude para a Holanda.


Isso tudo é uma doença social e discriminatória...

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