sábado, 8 de setembro de 2012

Depressão contemporânea


Quando penso nos humanos, nos imagino dentro de cadeias que nos são dadas desde nosso nascimento, você precisa ter um emprego de segunda à sexta-feira para poder fazer nada no final de semana, reclamar da segunda, ir a praia no carnaval juntamente com a metade da sua cidade e fazer promessas de ano novo, imaginando que as coisas mudam por causa do ano e não por você. Fui comer com uma amiga na última quarta-feira, e como o lugar mais próximo era o shopping, acabamos indo lá, havia esquecido que é o dia em que cinema é mais barato e que vai uma galera que já está condicionada a isso de assistir filmes hollywoodianos, etc... Me sentei na praça de alimentação para comer e fiquei observando as pessoas, envolvidas em seus pratos de ilusão e de uma felicidade longe de ser real. Em mesas cheias de solidão e pessoas vazias de coisas que vão além de pagar por um hamburguer e se afogar na infelicidade dentro do copo de refrigerante. Fiquei pensando se essa era a real condição desses tempos contemporâneos, esperar por um fim de dia para usufruir do que resta do vale refeição depois de vendê-lo para pagar algumas contas e saborear o cheddar do lanche, como se fosse somente isso o que a vida pode oferecer...

Um comentário:

  1. Trabalho abstrato, diversão abstrata, cultura abstrata pra um ser humano (que foi) abstraído, em dias abstratos cuja miséria e morte são as únicas coisas de fato palpáveis e que o conduzem pra si - e mesmo esses já vão se tornando abstratos...

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